11 de jan. de 2008

DESAPEGO



Andei pensando em quanto apegada eu sou a minha filha e ela a mim, e andei pesquisando sobre o que fazer sobre isso, e incrível essa palavrinha apego, achei tantos outros problemas existentes, de assuntos atuais que também andam me afligindo: apego a coisas materiais (consumismo), apegos a amores (possessividade, insegurança), apega às nossas casas(casas intocáveis, arrumadinhas), a beleza em extremo(vaidade) e há os que se apegam a status(poder).

Começando pelo consumismo, vemos um avanço abrupto da tecnologia no dia a dia, compramos o MP3, já saiu o MP4, por exemplo. E se não compramos ou damos aos nossos filhos, somos praticamente exclusos da sociedade. Se quisermos progredir profissionalmente, vemos que o que vem sendo exigido é exatamente o manuseio de todos esses avanços tecnológicos, então o que fazer para não se consumir em excesso, como levar uma vida simples? Ainda não sei.
Em relação à possessividade, insegurança, Esses se escravizam aos parceiros, filhos, amigos ou parentes. Exigem exclusividade, geram crises e conflitos.
E as pessoas que tem apego aos mínimos detalhes da casa? Aquelas casas em que quase tudo é proibido. Tudo tem que estar tão arrumado, ajeitado, sempre, que não se pode sentar no sofá porque se está arriscando sujar o revestimento novo e caro. Essas casas são frias e carecem do calor da descontração. Manter a ordem é correto. Escravizar-se a detalhes, temer por estragos significa exagerado apego as coisas.
A beleza hoje em dia, é só o que se fala, ou só o que se passa na televisão, cremes e mais cremes, cirurgias e tratamentos que não se pára mais. Um tanto artificial até. Mede-se a importância das pessoas pela qualidade de seus sapatos, roupas e bolsas.
Há, por fim, os que se deixam apegar às situações. Um cargo, um status, um talento que traz destaque. É o suficiente para se deixarem arrastar pelo transitório. Ai, eu lembro dos puxa-sacos que tem onde trabalho.
Qual o segredo para libertar-se de tudo isso? A palavra é desapego. Mas... Como alcançá-lo neste mundo? Não sei ainda, mas isso vem me incomodando muito, claro que na prática estou infiltrada nisso tudo, pois também sou desse mundo em que o capitalismo anda falando mais alto, mas uma coisa sei que tenho que começar a fazer, para que minha filha não sofra com isso, não se transforme em materialista, consumista ao extremo, mas sem excluí-la socialmente. Uma coisa eu sei, devemos amar sem exigir nada em troca, isso já é um bom começo, não sermos egoístas, e tentarmos ser mais simples no nosso dia a dia, ....
E o apego em que comecei falando? o apego da minha filha comigo e vice e versa? Acredito que com o tempo ela vai aos poucos desgrudando da mãe ao ponto que eu sinta falta disso, e o meu apego com ela (até dormimos juntas ainda-ela tem 4 anos)? Ah, não sei também não, só se for necessário eu desgrudo e deixo viver, por enquanto vou aproveitando, né?